A novela que se findou essa semana suscitou em seus assíduos e apaixonados telespectadores contato com emoções diversas e questões sociais de várias escalas. Como numa paleta de um hábil pintor, a trama fez emergir um belo painel da nossa existência contemporânea, mas também eterna. A partir de um mote inovador, a paternidade de um doador, a trama foi se costurando e nos encantando dia após dia.
O tão esperado capítulo final ( gostaríamos que ainda não o fosse) foi fiel à trajetória de toda trama. Sem finais apoteóticos prezou pela sinceridade das emoções verdadeiras. Cenas no aeroporto, chegadas e partidas, simbolizando o fluxo da vida na qual nada está estático e tudo flui num eterno devir. Relações terminando, outras começando, famílias se formando, rótulos sendo revistos, com trilhas sonoras diversas que marcam o ritmo do coração, mas também com a dose de silêncio do cinema mudo, onde as palavras são impotentes e os gestos falam mais alto.Lígia, dividida ente o amor-brisa e o amor-vendaval, escolheu o segundo, mas certa de que o seu marujo agora já sabe atracar na segurança de um porto. Júlia, a restauradora, teve papel seminal na trama, colando os cacos para que o mosaico final ganhasse vida.
Outro aspecto que fez a narrativa ser tão especial e que percebêssemos a profundidade do texto através de muitas cenas de diálogo, foi o tempo para escutar. Quase todas as personagens tinha um amigo/confidente com quem podia partilhar suas angústias, tomando um café, uma taça de vinho ou de sorvete, algo tão raro em nossos tempos modernos. Daí surgiram os melhores momentos da novela, numa conversa sincera na qual nem sempre se ouvia o que se desejava.
Além disso, como já dissemos antes, o texto refinado era salpicado de citações de vários campos do conhecimento. Nesse último dia, Fernando Pessoa para coroar a navegação dessa família, tão única e tão múltipla a um só tempo, através do filho que se fez presente na ausência, aquele que recebeu do pai duas vidas e herdou seu destino errante.Final feliz e casamentos? Sim... Os dois. Não a felicidade definitiva do foram felizes para sempre, mas a provisória, feita de momentos únicos. Casamento, sim, à moda das sutilezas típicas da trama, os dois casais de branco singrando os mares com as promessas do sol por testemunha. Que venham novas histórias bem contadas como essa para saciar nossa fome inata de ficção, afinal Navegar é preciso e viver é impreciso!
Outro aspecto que fez a narrativa ser tão especial e que percebêssemos a profundidade do texto através de muitas cenas de diálogo, foi o tempo para escutar. Quase todas as personagens tinha um amigo/confidente com quem podia partilhar suas angústias, tomando um café, uma taça de vinho ou de sorvete, algo tão raro em nossos tempos modernos. Daí surgiram os melhores momentos da novela, numa conversa sincera na qual nem sempre se ouvia o que se desejava.
Além disso, como já dissemos antes, o texto refinado era salpicado de citações de vários campos do conhecimento. Nesse último dia, Fernando Pessoa para coroar a navegação dessa família, tão única e tão múltipla a um só tempo, através do filho que se fez presente na ausência, aquele que recebeu do pai duas vidas e herdou seu destino errante.Final feliz e casamentos? Sim... Os dois. Não a felicidade definitiva do foram felizes para sempre, mas a provisória, feita de momentos únicos. Casamento, sim, à moda das sutilezas típicas da trama, os dois casais de branco singrando os mares com as promessas do sol por testemunha. Que venham novas histórias bem contadas como essa para saciar nossa fome inata de ficção, afinal Navegar é preciso e viver é impreciso!
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